“A smart city não é um projeto que se implementa e que se fecha. A smart city é um caminho longo que uma cidade vai percorrendo para ir respondendo aos desafios do dia a dia”, diz-nos Pedro Figueiredo, Diretor Comercial - Administração Pública da NOS.
E foi precisamente esse caminho que Famalicão começou a percorrer, com um primeiro passo dado em 2019. Dois anos depois nasceu o B-Smart Famalicão, uma plataforma de inteligência urbana, criada em parceria com a NOS, que reúne num só local as ferramentas de gestão inteligente do município.
A aposta no B-Smart Famalicão nasce do desejo da autarquia em querer conhecer melhor o território e poder agir rapidamente sobre ele, tornando-se mais inovadora e moderna. E mais do que criado para os cidadãos, o projeto é também feito por eles, já que as informações e feedback que dão à autarquia sobre a cidade são fulcrais para a tomada de decisões.
Os seis pilares que tornam uma cidade inteligente
Para ajudar a criar a cidade inteligente, o B-Smart Famalicão assentou o projeto em seis pilares fundamentais: pessoas, modos de vida, ambiente e energia, mobilidade, economia e governança. Ou seja, como nos explica Vítor Moreira, Head of Smart Cities Famalicão, todo o projeto foi criado tendo em mente as necessidades dos cidadãos e como é que estas podiam ser respondidas, recorrendo à tecnologia.
A forma como o B-Smart foi criado promove o cruzamento destes eixos e a interligação de domínios, pois só assim se consegue realmente construir uma cidade inteligente.
A smart city deve ser um elemento agregador para contribuir para a eficiência
Foi esta vontade de interligação que levou a autarquia a optar por uma abordagem mais horizontal, que abarcasse toda a estrutura municipal e todo o território. E foi essa decisão que fez de Famalicão um caso de sucesso, já que não se limitou a implementar apenas alguns verticais, mas preocupou-se em criar uma estrutura com uma plataforma com a capacidade de os interligar, como conta Pedro Figueiredo.
Controlo centralizado para uma gestão mais eficiente
Concretizado sob a forma de um Sala de Comando e Controlo, o B-Smart Famalicão processa e analisa, em tempo real, a informação recolhida pelos dispositivos de sensorização espalhados pela cidade, ativando os serviços competentes da câmara.
Este centro de controlo, como explica Pedro Figueiredo, é assente numa plataforma aberta de dados e tem três dimensões: a capacidade de alarmística em tempo real, a gestão operacional do dia a dia, e a capacidade de prever o que vai acontecer à cidade. É esta terceira dimensão que dá à cidade a possibilidade de ser mais inteligente e de se adaptar antecipadamente às mudanças do dia a dia, percebendo quais são as necessidades mais urgentes e respondendo de forma mais eficaz.
Um mundo de possibilidades?
Apesar de estar ainda numa fase de implementação, são já notórias as possibilidades que o B-Smart vai proporcionar e o impacto que vai ter no município e nos seus cidadãos. Até ao momento, a cidade já criou interfaces na central de camionagem e na estação de caminhos de ferro, colocando uma BiciBox ao dispor de todos. Esta BiciBox permite, por exemplo, que os famalicenses guardem a sua bicicleta e se desloquem para outros destinos de camioneta ou comboio, evitando-se, assim, o uso de carros.
O município está já, também, a monitorizar a qualidade do ar, a quantidade de ruído e até toda a sinistralidade que acontece na área. Outra das inovações foi a sensorização dos parques de estacionamento, que possibilita aos cidadãos saber, em todos os momentos, que lugares é que estão livres.
O projeto conta ainda com dados de mobilidade da NOS, que fornece ao município um conjunto de indicadores sobre o perfil dos turistas na região. Estes dados ajudam a perceber, por exemplo, quem visita a cidade, quanto tempo ficam e de onde vêm. Desta forma, é possível fazer uma melhor gestão dos serviços e, por sua vez, atrair cada vez mais turistas para a região.
Inovação e sustentabilidade de mãos dadas
Para Vítor Moreira, cidade inteligente é sinónimo de cidade sustentável. Por isso, toda a tecnologia que seja incluída na cidade deve seguir os princípios da sustentabilidade: a social, a económica e a ambiental. “Não hipotecarmos, enquanto município, o futuro das gerações seguintes é para nós essencial em todo este processo. E a smart city é fundamental para ajudar a criar a sustentabilidade intergeracional", diz Vítor Moreira.
O futuro com o 5G
Até agora, e tal como muitas outras autarquias, Famalicão utilizava a tecnologia apenas para as suas atividades internas. O B-Smart veio mudar isso e servir como acelerador do processo de transição digital. A disponibilização de dados em tempo real ou a gestão mais eficiente e facilitada dos recursos, mais do que trazer vantagens para o município, é benéfica para os cidadãos. Os meios tecnológicos, como conta Pedro Figueiredo, ajudam as cidades a criar condições de competitividade para as empresas e a dar mais qualidade de vida aos seus cidadãos.
Uma smart city cada vez mais vai ser uma cidade conectada, uma cidade com milhares de dispositivos a comunicar
Para se levar a transformação digital ao próximo nível, é fundamental a integração com o 5G, que traz a “capacidade de comunicação de dados em massa”, refere Pedro Figueiredo. E no município de Famalicão, essa integração com a rede de quinta geração poderá ser uma realidade não muito distante. Para Vítor Moreira, esta rede será imprescindível para tornar a gestão da cidade ainda mais eficiente, já que trará velocidade e uma nova forma de captar e tratar dados.
Construir o caminho em conjunto
Quando o município pensou na criação do B-Smart Famalicão, foi na NOS que encontrou o parceiro ideal para implementar o projeto. “A NOS conhece os desejos e as expectativas dos clientes, conhece como é que as pessoas se correlacionam com a tecnologia e tem acompanhado a evolução das cidades”, conta Pedro Figueiredo.
Com uma vasta experiência na implementação de smart cities no currículo, a NOS é parceira oficial do Portugal Smart Cities Summit e associou-se, também, à LTPlabs e à Porto Business School na criação da Eurekathon, uma iniciativa que todos os anos ajuda a encontrar ideias inovadoras, tendo sido o tema da edição de 2021 as cidades inteligentes.
Mais do que um futuro distante, as cidades inteligentes começam já a ser uma realidade dos dias de hoje. Apostar em tecnologia e em formas de gestão smart, que tragam eficiência aos serviços municipais é o caminho certo para melhorar as cidades e a qualidade de vida das gerações atuais e futuras.